Você já notou a quantidade de plástico que você consome ao ir uma única vez ao mercado? O plástico está presente na facilidade para embalarmos as frutas, na facilidade em comprar um pack de bebida e na facilidade de levar as compras embora através das sacolas plásticas. É um material que traz muita facilidade para o nosso dia-a-dia, mas esta facilidade vem carregada de problemas. Começando pela a sua persistência.
“O que torna o plástico útil é exatamente o que o torna prejudicial: ele persiste. Ele é projetado para enganar a própria natureza, feito de cadeias moleculares que são muito resistentes para se biodegradar em um curto período de tempo. Na verdade, a degradação do plástico tem efeitos adversos na natureza e na humanidade. Não importa onde os cientistas estejam em busca vestígios de plástico, eles os encontram. Parece ser onipresente não apenas no meio ambiente, mas também em nossos próprios corpos.”
Estamos vivendo a crise do plástico e a maneira mais certa em resolver isso é reduzindo o consumo de plásticos e consequentemente a produção do mesmo. “Entre 1950 e 2017, um total de 9,2 BILHÕES DE TONELADAS DE PLÁSTICO foram produzidas. Isso representa mais de uma tonelada por cada pessoa que vive hoje em dia no planeta Terra. A maior parte consiste em produtos e embalagens de uso único. Menos de dez por cento de todo o plástico já produzido foi reciclado.”
Mas se a porcentagem dos plásticos que são recicláveis são mínimas, para onde vão o restante destes resíduos? Para o sétimo continente e para nós mesmos.
Apelidado de sétimo continente, o Great Pacific Garbage Patch (Grande Depósito de Lixo do Pacífico) é uma ilha de lixo flutuante no pacífico que flutua entre a Califórnia e o Havaí com aproximadamente 1.600.000,000 km² é maior que o Estado do Amazonas ou as regiões Sul e Sudeste juntas (1.501.302,327 km²).
Além disso, os plásticos possuem aditivos quimos tóxicos em sua composição, que são encontrados desde a sua produção até o seu descarte. Os poluentes podem entrar em nossos corpos de várias maneiras, como no consumo de peixes, água e até mesmo alimentos que vem do solo, já que a “poluição plástica dos solos pode ser entre 4 e 23 vezes maior do que nos mares.”
Algumas das substâncias encontradas na extração do petróleo o gás do solo, através da técnica de fraturamento hidráulico causam câncer, distúrbios reprodutivos e do desenvolvimento ou danos ao sistema imunológico. E as mulheres são mais impactadas ainda. “Um estudo do sangue de mulheres grávidas americanas detectou uma média de 56 produtos químicos industriais diferentes, muitos originários de produtos plásticos ou dos processos usados para produzi-los.”
O Brasil faz parte dos quatro maiores produtores de plástico do mundo. “Em 2018, o Brasil produziu uma média 79 milhões de toneladas de lixo, tornando-se um grande “aterro” na América Latina. Se continuarmos nesse ritmo, em 2030 bateremos o recorde de 100 milhões de toneladas por ano.”
Em um ano um brasileiro produz 52 kg de resíduo plástico.
E agora eu volto com a minha pergunta do início: Você já notou a quantidade de plástico que você consome ao ir uma única vez ao mercado? Lembre-se: O consumo do plástico está muito além do que o tangível.
O plástico acelera as mudanças climáticas. Vamos juntos fazer a diferença!
Dados retirados do Atlas do Plástico -2020. Documento completo aqui.
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